UNS VÃO À PRAIA. EU VOU AO MAR. PORQUE SOU DO MAR... O MAR, AOS QUE SÃO DO MAR: ODOYÁ! ODOYÁ!
Aquários de tubarões não inundam os meus pés. Só quero o vômito da minha própria vazante. Porque, sou Roberta Aymar...
TECIDO VIVO!


domingo, 30 de janeiro de 2011

Dia da Saudade

30 de Janeiro: Dia da Saudade




"Saudade...
Do latim Solitate, Solidão.
No português arcaico, deu 
Soedade, Soidade, Suidade.
(...)
Em arábe, as expressões Suad, Saudá e Suidá
significam sangue pisado e preto dentro do coração, 
além  de serem metáforas de pura tristeza.
A As-Saudá, uma doença do fígado entre os árabes 
é diagnosticada pela melancolia do paciente.
Pode ter havido mistura de várias procedências para consolidar o vocábulo, 
além da mescla do verso saudar."

Dionisio Silva 
In
De Onde Vêm As Palavras








"Saudade é um pouco de fome.
Só passa quando se come a presença.
Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco:
Quer-se absorver a outra pessoa toda.
Essa vontade de um ser o outro 
para uma unificação inteira 
é um dos sentimentos mais urgentes 
que se tem na vida."

*Clarice Lispector*
In 
A Descoberta do Mundo




 



Na solidão na penumbra do amanhecer
Via você na noite, nas estrelas, nos planetas, 
nos mares, no brilho do sol e no anoitecer.

Via você no ontem, no hoje e no amanhã
Mas, não via você no momento.

Que saudade...

*Mário Quintana*

 

 

Pedaço de Mim   

(Chico Buarque)

Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar
Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais
Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu
Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi
Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus




sábado, 29 de janeiro de 2011

A Revolta


A Revolta 
(Clarice Lispector)

"Quando tiraram os pontos de minha mão operada, 
por entre os dedos, gritei.
Dei gritos de dor e de cólera, 
pois a dor parece uma ofensa a nossa integridade física.
Mas não fui tola. Aproveitei a dor 
e dei gritos pelo passado e pelo presente.
Até pelo futuro gritei, meu Deus."



Caminhante



Caminante, son tus huellas
el camino, y nada más;
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante, no hay camino,
sino estelas en la mar. 
***

Caminhante, são teus rastos
o caminho, e nada mais;
caminhante, não há caminho,
faz-se caminho ao andar.
Ao andar faz-se o caminho,
e ao olhar-se para trás
vê-se a senda que jamais
se há-de voltar a pisar.
Caminhante, não há caminho,
somente sulcos no mar.

(António Machado)


White Space


sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Nine Inch Nails * The Great Below


 Nine Inch Nails * The Great Below
"Staring at the sea
will she come?
is there hope for me
after all is said and done
...
anything at any price
all of this for you
all the spoils of a wasted life
all of this for you

all the world has closed her eyes
tired faith all worn and thin
for all we could have done
and all that could have been

ocean pulls me close
and whispers in my ear
the destiny i've chose
all becoming clear

the currents have their say
the time is drawing near
washes me away
makes me disappear

i descend from grace
in arms of undertow
i will take my place
in the great below

i can still feel you
even so far away"

 

Vide Bula

A diferença entre o veneno e o remédio é a dose!











Vou Dormir 
(Alphonsina Storni)

Dentes de flores, cofia de sereno,
Mãos de ervas, tu ama-de-leite fina,
Deixa-me prontos os lençóis terrosos
E o edredom de musgos escardeados.
Vou dormir, ama-de-leite minha, deita-me.
Põe-me uma lâmpada a cabeceira;
Uma constelação; a que te agrade;
Todas são boas: a abaixa um pouquinho
Deixa-me sozinha: ouves romper os brotos...
Te embala um pé celeste desde acima
E um pássaro te traça uns compassos
Para que esqueças... obrigado.
Ah, um encargo:
Se ele chama novamente por telefone
Diz-lhe que não insista, que sai...






Alphonsina e El Mar
(Ariel Ramírez & Fèlix Luna)



Por la blanda arena
Que lame el mar
Su pequeña huella
No vuelve más
Un sendero solo
De pena y silencio llegó
Hasta el agua profunda
Un sendero solo
De penas mudas llegó
Hasta la espuma.

Sabe Dios qué angustia
Te acompañó
Qué dolores viejos
Calló tu voz
Para recostarte
Arrullada en el canto
De las caracolas marinas
La canción que canta
En el fondo oscuro del mar
La caracola.

Te vas Alfonsina
Con tu soledad
¿Qué poemas nuevos
Fuíste a buscar?
Una voz antigüa
De viento y de sal
Te requiebra el alma
Y la está llevando
Y te vas hacia allá
Como en sueños
Dormida, Alfonsina
Vestida de mar.

Cinco sirenitas
Te llevarán
Por caminos de algas
Y de coral
Y fosforescentes
Caballos marinos harán
Una ronda a tu lado
Y los habitantes
Del agua van a jugar
Pronto a tu lado.

Bájame la lámpara
Un poco más
Déjame que duerma
Nodriza, en paz
Y si llama él
No le digas que estoy
Dile que Alfonsina no vuelve
Y si llama él
No le digas nunca que estoy
Di que me he ido.

Te vas Alfonsina
Con tu soledad
¿Qué poemas nuevos
Fueste a buscar?
Una voz antigua
De viento y de sal
Te requiebra el alma
Y la está llevando
Y te vas hacia allá
Como en sueños
Dormida, Alfonsina
Vestida de mar.


domingo, 23 de janeiro de 2011